Sobre as músicas do blog... Não devem ser consideradas simples "fundos musicais" para os textos... Foram escolhidas com carinho e apreço, dentre o que há de melhor... São verdadeiras jóias que superam em muito os textos deste humilde escrevinhador... Assim, ao terminar de ler certo texto, se houver música na postagem, termine de ouví-la, retorne, ouça-a novamente se toda atenção foi antes dedicada ao texto... "interromper uma bela música é como interromper uma boa foda... Isso não se faz!..." Por último, se você conhece uma música que, na sua opinião, combina melhor com o texto, não deixe de enviar sua sugestão...

Temas Pessoais

Cisco e Rodan
Minha Janela
O jeito que a vida dá



 
Música deste post (é bem melhor com música):"Chopsticks" (tem o nome original de "The Celebrated Chop Waltz") é uma simples e extremamente conhecida valsa para piano. Ela foi escrita em 1877 pela compositora britânica Euphemia Allen sob o pseudônimo de Arthur de Lulli. Allen era irmã de um publicador de música (muito comum naquela época), tinha dezesseis anos quando compôs a peça com arranjos para solo e dueto. O título "Chop Waltz" veio especificação de Allen quanto a melodia ser tocada em harmonia de duas partes two-part com ambas as mãos mantidas de lado, dedos ligeiramente para baixo,acertando as teclas com um movimento de corte (hoje dizemos de karatê, em inglês, chopping motion)little fingers down, striking the keys with a chopping motion. O nome sugere que a peça é uma valsa para ser tocada em tempo de 3/4,porém é muito comum se ouví-la em 6/8. Aqui tem-se a interpretação de Wladziu (ou Vładziu) Valentino Liberace, conhecido por "Liberace" ou "Lee" para os mais chegados.








Fosse Cisco nome de gato,
Seria mesmo um desacato,
Que fosse preto e tenebroso.
Haveria de ser branco e charmoso,
Doce e gentil, não bicho-do-mato
De um velho tolo e gaiato




E se Rodan fosse cachorro,
Seria do velho o socorro,
Com sua cara atrevida,
A latir cheio de vida.
A dar-lhe aquela lambida,
Na velha alma ferida.

Cisco e Rodan foram achados
Pequenos e abandonados.
Mas hoje fortes e felizes,
Traçam do velho os matizes.
Produzem alegrias com encanto,
Pro velho, cá nesse canto.









No correr dos meus dias,
Vejo, pela janela da minha vida,
Voarem as esperanças,
Em cruel e desnorteada revoada.

Ao longe, a árvore dos meus frutos
Mostra-se madura, porém estéril.

Um fio recorta a paisagem,
Suspenso pelos postes da incerteza,
A suprir tênue energia,
Que se esvai com o arilho
A ciciar à minha janela.

À noite penetram, pelas frestas
Da janela da minha vida,
Recordações...

Lembranças que só fazem
Mais e mais escurecer
A femeel e laxa claridade,
Que reina cá dentro;
Junto com receios e temores,
No meu quarto,
No correr dos meus dias



 





Posto que meu mundo hoje é pequeno,
Da janela da vida faço um aceno
Aos dias de glória e ufanismo,
Hoje lançados ao abismo.
 
Hoje prefiro dizer, com eufemismo,
Que vivo a vida com ceticismo.
Disfarço desilusão, bem sei,
De se ver por terra tudo que plantei.
 
Imagino, só por imaginar,
Que tudo há de passar;
A estesia em meu peito voltar!
 
Mas desnorteado sinto o efeito
De que tudo que fiz e foi desfeito...
No fundo, sei que não há mais jeito!











 
 

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