Aqui tem de tudo um pouco. Poesias. Textos Jurídicos. Trabalhos escolares. Etc. Bastou o texto apresentar algo de diferente para merecer sua aposição nessa página.
Divirtam-se!
O inferno é
exotérmico ou endotérmico? Justifique sua
resposta .
Algumas dessas religiões
pregam que se você
não pertencer
a ela , você
vai para o inferno .
Como há mais
de uma religião desse tipo e as pessoas
não possuem duas religiões ,
podemos projetar que
todas as pessoas e almas
vão para o inferno .
De outro lado , olhemos à taxa de mudança de volume
no inferno . A Lei
de Boyle diz que para
a temperatura e a pressão
no inferno serem as mesmas, a relação entre a
massa das almas
e o volume do inferno
deve ser constante .
Existem, então ,
duas opções :
1) Se o inferno
se expandir numa taxa menor do que a taxa com que as almas
entram, então a temperatura
e a pressão no inferno
vão aumentar até ele explodir .
2) Se o inferno
estiver se expandindo numa taxa maior
do que a entrada
de almas , então
a temperatura e a pressão
irão baixar até
que o inferno
se congele.
Se nós
aceitarmos o que a menina
mais gata
da FATEC me disse no primeiro
ano : “haverá uma noite
fria no inferno
antes de eu
me deitar com você ”.
E levando-se em
conta que ainda NÃO
obtive sucesso na tentativa
de ter relações
sexuais com
ela , então
a opção 2 não
é verdadeira. Por isso ,
o inferno é exotérmico.”
— O aluno Sérgio Fonseca tirou o único
10 na turma .
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Romance
Gramatical
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se
encontravam no elevador.
O substantivo gostou dessa situação, os dois sozinhos, num lugar
sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar,
a perguntar, a conversar.
“Ótimo!” — pensou o substantivo — Mais um bom motivo para
provocar alguns sinônimos.”
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando
o elevador recomeça a se movimentar. Só que em vez de descer, sobe e para
justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e
entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em
silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa.
Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo
para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra
vez a se insinuar...
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele
sentindo seu ditongo crescente. Abraçaram-se numa pontuação tão minúscula que
nem um período simples passaria entre os dois.
Ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo
do objeto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do
singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo
o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do
edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos
dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e
exclamativas.
Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou
melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu
particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma
metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu
adjunto adnominal.
Que loucuuraaa, minha gente! Aquilo não era nem comparativo:
era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa
maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi
chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu
tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram
estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do
substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo
indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto
final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela
janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o
artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
Autoria desconhecida.
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Conto Matemático
"Às folhas tantas do livro de matemática, um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base. Uma figura ímpar olhos rombóides, boca trapezóide,corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida paralela a dela até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?" - indagou ele com ânsia radical.
"Eu sou a soma dos quadrados dos catetos, mas pode me chamar de hipotenusa".
E de falarem descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a almas irmãs, primos entre-si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz, numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas senoidais.
Nos jardins da quarta dimensão, escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do universo finito.
Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e, enfim, resolveram se casar, constituir um lar mais que um lar, uma perpendicular.
Convidaram os padrinhos: o poliedro e a bissetriz, e fizeram os planos, equações e diagramas para o futuro, sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos e foram felizes até aquele dia em que tudo, afinal, vira monotonia.
Foi então que surgiu o máximo divisor comum, freqüentador de círculos concêntricos viciosos, ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, quociente percebeu que com ela não formava mais um
todo, uma unidade.
Era o triângulo tanto chamado amoroso desse problema, ele era a fração mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade, como, aliás, em qualquer Sociedade ..."
Millor Fernandes
Lição de matemática
Pra que dividir, sem raciocinar...
Na vida é sempre bom multiplicar!
E por A mais B,
Eu quero demonstrar
Que gosto imensamente de você!
Por uma fração infinitesimal,
Você criou um caso de cálculo integral.
E para resolver este problema,
Eu tenho um teorema bana:l
Quando dois meios se encontram, desaparece a fração.
E se achamos a unidade,
Está resolvida a questão!
Prá finalizar, vamos recordar
Que menos por menos dá mais, amor!
Se vão as paralelas
Ao infinito se encontrar,
Por que demoram tanto os corações a se integrar?
Se infinitamente, incomensuravelmente,
Eu estou perdidamente apaixonado por você.
Marino Pinto e Tom Jobin
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