Vento Frio do Pampeiro - Bueno, Antonio Augusto Série "Estética do frio" em exposição no Museu Leopoldo Gotuzzo - Pelotas/RS |
Musa: natureza, poeta
Em algum lugar do mundo
Em algum lugar do mundo
A luzir o sol aparece
A lançar seus raios de luz
Na manhã, ele me aquece.
Mais tarde chega a pino
Escalda meu corpo sentido
Deixa de ser amigo
Passa a ser inimigo
Cai a tarde, triste, singela,
A cumprir sua sina,
Acuada por um monstro
— O pampeiro zombeteiro.
A zunir ele passa
A sorrir da minha desgraça
Sem ligar, acha graça
Do que comigo se passa
Enfim, chega a noite...
Ele então vira açoite.
Em seu papel de carrasco,
Ele corre pelo pasto.
Como assistente coadjuvante,
Neste palco natural,
Assisto naturalmente,
Choro loucamente,
Vendo o tempo, demente,
passar constantemente.
Niterói/1968
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