Sem razão
Não quero a razão!
Já a tive, nela cresci, passei minha juventude e maturidade.
Pela razão conheci a riqueza, vivi na nobreza, cai na pobreza.
Dela decorreram tantos sentimentos críticos...
Por ela abdiquei de tantos valores,
com ela procurei amores,
Só encontrei dissabores.
Não quero a razão.
Agora, na terceira idade,
Estou preparado para tê-la só como companheira eventual...
Uma “ficadinha” vez ou outra.
Destituo-me do senso crítico.
Abandono a concupiscência, o deísmo, a noética.
Minha razão só valeu para mim.
Não me lembro de algo que tenha no mundo se alterado em decorrência da minha razão
e permanecido.
Nem o amor dos filhos ou das mulheres a paixão,
Que hoje é tudo o que me interessa.
E nem quero saber se tenho razão.
Não quero a razão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário