Meu leito...
Meu leito...
Nele nu adentro
contigo em pensamento...
Em prestidigitação materializas-te
e aconchegas-te ao meu corpo...
Sinto teu calor, teu cheiro.
Entranho meus dedos em teus cabelos.
Coloco minha mão em teu sexo...
Sinto-o úmido, vivaz,
mas comigo tu não estás.
Meu leito
Nele nu me deito.
Só, sem alento.
Mas numa espécie de fetiche
sinto teu corpo sobre o meu...
Teu cavalgar...
Como ondas do mar.
Busco te agarrar...
Só encontro o ar!
Meu leito
Vê minha nudez com respeito
Não tem, no entanto, despeito...
Mesmo um leito frio
não quer sentir o vazio
que carrego no velho peito...
Solidão que não tem jeito...
Opção de uma vida...
Resultado de grande ferida
Que sangra em cada gesto,
em cada verso que me ponho a escrever,
cada vez mais a te perder...
Meu leito...
Me vê nu...
Quisera ser a lua para poder esgueirar-me entre as frestas de tua janela e adentrar em teu quarto; abraçar teu corpo nu com minha luz, preechendo teus vazios e fazê-lo por instante esquecer as dores dessa ausência; espalhar unguento lenitivo sobre tuas cicatrizes. Acariciar teu peito e devolver-te a sensação de ser amado. E quando o sol mandar recados que está acordando, recolher-me ao firmamento levando comigo todas as dores que ocupam teu coração, deixando a esperança como recordação.
ResponderExcluirIset
Só posso dizer que esse comentário foi lindo! Obrigado! Obrigado mesmo!
Excluir