Doce inspiração...
... não se encontra no coração, muito menos vem em forma de canção.... A doce inspiração tem cheiro de mulher amada, tem rosto de mulher resolvida, tem corpo de mulher cobiçada.
Quando se olha nos olhos da mulher e se vê toda a sinceridade, a brotar como os raios do sol em manhãs de primavera, ali se encontra doce inspiração.
A doce inspiração... A doce inspiração brota do beijo da mulher. Que ele seja, da mulher benfazeja, a glória maior de todas que ela carrega ao redor. Sempre preservado para os momentos de grande ternura, infinita beleza, dado com sutil, porém inescusável firmeza, que sustenta com inquestionável nobreza a missão de trazer a inspiração, a doce inspiração, não a amarga, que tal qual vinho se estraga quando se agita num peito que apressado palpita.
O coração da musa inspiradora bate leve, compassadamente, dá-nos a certeza que jamais parará, que ali a inspiração sempre estará, para se entregar ao nosso olhar.
É preciso, com certo afinco, devotar tempo e dedicação para cultivar na mulher a doce inspiração. É preciso enxergá-la como única, sempre e a cada dia, e ter certeza de que ela reconhece seu olhar, sua forma incondicional de amar.
Olhe meu amigo, quando digo incondicional, coloco a expressão da forma mais ampla e irrestrita possível, pois o amor não pode ter limites, ser parametrizado pela razão, cerceado pelos ciúmes. O amor há de ser sempre livre, espontâneo e, acima de tudo, sincero.
Há de se tratá-la com respeito, ser mais do que um amigo do peito, símbolo fálico do amor. Mais um!
Para se enxergar da mulher a doce inspiração é preciso ver além da beleza exterior, avistar a alma contrita pelos desejos e aspirações que, mais do que qualquer coisa, invoca-lhe o bem. E aceitá-la da forma como ela a doa, posto que tal aceitação é caminho seguro à nova inspiração, tão doce, edulcorada, dulcíssima, emostada pela gratidão expressa e sincera, sempre expressa, sempre sincera, eis que da mulher a sensibilidade avisa-a quanto à falsidade, à falta de sinceridade.
Não é preciso que se compre presentes caros, mas que se lembre onde se encontra a doce inspiração, e com humildade e afeição se presenteie a mulher, até com a flor colhida na praça, menos nobre, quase sem graça; o que vale aqui não é a realeza, mas a simples lembrança de onde mora a doce inspiração, que com um olhar se alcança. A doce inspiração... É ela que faz o coração e produz a canção.
Não espere, pois, por um coração, por uma canção, para ter doce inspiração. Disso ela é causa e não consequência.
É, meu amigo, da paixão pela mulher amada, a resplandecer cada segundo, que nasce a doce inspiração. De todo e qualquer tipo... A que vem ao se olhar uma criança, a natureza, qualquer tipo de beleza.
Pois o homem, sem sua bem amada, nada vê e se vê nada observa, é destituído de estesia, é fonte de amarga inspiração, com ela canta tragédia, o sofrimento, a desilusão, não... Não, isso não decorre de doce inspiração.
É, meu amigo, da paixão pela mulher amada, a resplandecer cada segundo, que nasce a doce inspiração. De todo e qualquer tipo... A que vem ao se olhar uma criança, a natureza, qualquer tipo de beleza.
Pois o homem, sem sua bem amada, nada vê e se vê nada observa, é destituído de estesia, é fonte de amarga inspiração, com ela canta tragédia, o sofrimento, a desilusão, não... Não, isso não decorre de doce inspiração.