Ombro amigo
Sobre meus ombros pesa fardo
Que de todo parece achumbado;
No cinza, as desilusões do desejo,
No peso, o que me leva ao fraquejo.
Carrego sobre meus ombros...
Da vida todos os escombros,
Com pontas a perfurar-me o pescoço.
E bem perto te ouço,
Ainda a chamar-me de amigo.
E dizes: “não procures comigo
Aliviar teus desejos!
Não desejo mais teus beijos,
Aliás, nunca os quis”.
“Qual pedaço de giz,
Desgastei-me na lousa do teu corpo,
E hoje não escrevo mais.
Nem amar sou agora capaz!
Não me chames de querida,
És só um ombro amigo!
No bazar da minha vida,
Só mais um artigo”.
Melancólico; uma constatação triste e cruel. Adoro a frase do final:"...chorar por alguém que morreu...." Lembro de frase de Picasso:" A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nos enquanto vivemos."
ResponderExcluirTua poesia me preenche...